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Intuição


A intuição é um desafio para definir, apesar do enorme papel que desempenha na nossa vida quotidiana. Steve Jobs chamou, por exemplo, “mais poderoso do que o intelecto.” A intuição é a percepção direta da realidade, sem a interferência dos preconceitos e sistemas de crença da nossa mente. Trata-se de um conhecimento além da lógica. Intuitivamente todos sabem o que é, mas vamos tentar defini-la em palavras. Quase todos já experimentaram um sentimento de intuição – um “raciocínio” inconsciente que nos impulsiona a fazer algo, sem nos dizer como ou porquê. A natureza da intuição há muito tempo inspirou o ser humano, em séculos de pesquisa e investigação nas áreas de filosofia e psicologia. Como escreve Sophy Burnham, autora de ”A Arte da Intuição”: “Eu defino a intuição como o saber subtil, sem que tenhas a ideia de porque é que sabes,”. “É diferente de pensar, é diferente da lógica ou análise … É um saber sem saber.” E a nossa intuição está sempre connosco, quer estejamos conscientes disso ou não. Muitas vezes não prestamos atenção a essa ponte entre o instinto e a razão, mas este é um presente que precisa de ser considerado. Quantas vezes não ouvimos a expressão “Eu não sei por que fiz assim, foi apenas um palpite.” Mas o que distingue as pessoas intuitivas é que elas ouvem, em vez de ignorar, a orientação das suas intuições e sensações internas. E não temos de cortar laços com a lógica científica mas sim encontrar um equilíbrio entre ela e o nosso instinto. Se desejarmos entrar em contacto mais profundo com a intuição, passar algum tempo sozinho, pode ser a maneira mais eficaz. Assim como a solidão pode ajudar a dar origem ao pensamento criativo, ela também pode ajudar a conectarmo-nos com a nossa mais profunda sabedoria interior. Ter tempo para a solidão pode ajudar-nos a envolvermo-nos em pensamentos mais profundos e nos voltarmos a “ligar” internamente. A ocupação constante, o ritmo de vida quotidiana, conectividade com dispositivos digitais e stress poderão sufocar a intuição. Daí a importância para a pausa e o silêncio. Se pensarmos no sistema de chakras, o sexto chakra, Ajna, localizado no centro da testa, é conhecido também como o Chakra da Luz, e simboliza o Esclarecimento, sendo bloqueado pela Ilusão. Abrir esse caminho é libertar-se da ilusão, da separação e do egoísmo. Conhecido como terceiro olho ou chakra frontal, tem como características a Intuição, Sabedoria e Identidade. Localiza-se na testa, entre as sobrancelhas e a glândula relacionada é a pituitária. Quando em harmonia é considerado o centro de intuição, clarividência, visualização, concentração e determinação, iniciativa própria, poder de projeção, compreensão de seu propósito. Quando em desarmonia poderá levar à confusão, depressão, rejeição da espiritualidade e intelectualização excessiva. A meditação pode ser uma excelente maneira equilibrar o sistema energético e de tocar na nossa intuição. Tranquilizarmos a nossa mente pode ajudar a filtrar a vibração mental, pesar as nossas opções objetivamente, entrar em sintonia com a intuição e, finalmente, tomar uma decisão completamente segura, se for o caso. A meditação também pode conectar-nos com a intuição, aumentando o auto- conhecimento. A atenção plena – definido como “prestar atenção à própria experiência atual de uma forma não-julgamento ” – pode ajudar -nos a compreender melhor a nossa própria personalidade. A primeira coisa a fazer é observar de forma consciente o que nos envolve interna e externamente. Ao ganharmos um sentido mais apurado para a frequência com coincidências e conexões surpreendentes, vamos começando a tocar a nossa intuição. Sabemos que por vezes temos sensações físicas (como por exemplo um aperto no peito), sem sabermos identificar exatamente o que é e porque o sentimos. Esta é uma manifestação física da intuição. Pesquisas sugerem que a emoção e a intuição são enraizadas no “segundo cérebro” e como tal poderão manifestar-se fisicamente. Por outro lado a leitura da mente pode parecer coisa de fantasia e pseudociência, mas na verdade, é algo que fazemos frequentemente. É chamada de precisão empática, um termo na psicologia que se refere à “capacidade aparentemente mágica para mapear o terreno mental de alguém, das suas palavras, emoções e linguagem corporal”. Emoções como culpa, vergonha, orgulho, vergonha, nojo e desejo podem ser experimentadas, por ver os outros. Disto é exemplo o que sentimos ao ver um filme dramático ou uma comédia. Sintonizar as suas próprias emoções e tanto observar como ouvir os outros, pode ajudar a aumentar o seu poder de empatia e melhorar o poder intuitivo. Prestar atenção aos sonhos é também uma forma de entrar em contacto com processos de pensamento inconscientes da sua mente. Tantos os sonhos como a intuição saltam do inconsciente, para que possamos começar a explorar esta parte da mente. Emoções fortes, especialmente as negativas, podem ofuscar a nossa intuição. Quando nos sentimos “fora de nós” e chateados, isso pode acontecer porque estamos desligados da nossa intuição. Quando estamos muito deprimidos, podemos constatar que a nossa intuição falha e quando estamos com raiva ou num estado emocional elevado, a intuição pode falhar completamente. Assim um estado de espirito positivo, impulsiona a capacidade de fazer análises intuitivas. Isso não quer dizer que as pessoas intuitivas nunca ficam chateadas, mas se formos capazes de aceitar conscientemente e deixar-mos fluir as emoções negativas, em vez de suprimir ou nos determo-nos sobre elas, a nossa intuição poderá florescer e com isso caminharmos para a verdade.

Por Paula Sousa

 
 
 

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