Jornada da vida...até à morte
- Paula Sousa
- 12 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

Esta semana está as ser repleta de emoções fortes e convites à reflexão e ao valor da vida...aprender a encarar as coisas que consideramos "menos boas" como forma de crescimento e perceber que são obstáculos que são colocados no nosso caminho para nossa própria superação, parece não ser tarefa fácil e é mesmo inalcançável para alguns, ao ponto de desistirem...
Dei por mim a pensar que o ciclo nascimento-morte e que esta jornada ou viagem tão valiosa para uns, pode ser tão pouco valiosa para outros...e como é triste que muitos de nós só comecem a aproveitar a vida quando estamos a caminho da morte e que essa consciência seja no mínimo tardia...e que alguns nem sequer conseguem sentir a magia da vida como uma dádiva...o que me entristece...mas é o que é. E o caminho de cada um é sempre sua escolha.
No entanto na nossa sociedade e todos em geral, estamos tão pouco preparados para a "passagem" que preferimos nem pensar nisso, e também eu me insiro neste contexto. Como é difícil não só pensarmos na partida de alguém que nos é querido, como na nossa própria partida...
E o que fazer? Fingir que não existe? Ocuparmo-nos com diferentes tarefas e ações que nos mantêm adormecidos, sem ter tempo sequer para viver realmente?
Talvez contemplar profundamente a mensagem secreta da impermanência e observar a natureza da mente. E a sugestão cai sempre sobre a reflexão sobre o significado da vida, o que podemos fazer para que esta seja o mais plena possível e na reflexão sobre o significado da morte. Tratam-se do tipo de reflexões que nos permitirão um melhor aproveitamento desta vida (enquanto há tempo) e nos garantirá, que quando morrermos, o faremos sem remorsos e auto- incriminações por a termos desperdiçado.
Como disse um santo poeta tibetano, Milarepa: "A minha religião é viver e morrer sem arrependimentos".
Dar valor a cada momento, a cada pequena/grande coisa que nos enche verdadeiramente o coração, àquele gesto ou olhar que tanto nos acarinha, aos momentos de libertação da sede da sobrevivência no futuro, tornando-nos mais capazes viver no presente.
"Planear o futuro é como ir à pesca num lago seco; nada funciona como pretendes e por isso desiste dos teus planos e ambições. Se queres, na verdade, pensar em qualquer coisa, penda na incerteza da tua morte..." Gyalsé Rinpoche.
Por isso vive cada momento e cada instante com total presença e consciência...o mais que possas...não desistas...nunca.
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