Reflexão - Ventos de Mudança
- Paula Sousa
- 13 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

Aproximam-se ventos de mudança…Mudança de estação, mudança de ano, o mundo sofre constantes mudanças, final de ciclos, recomeços…e uma sensação de medo nos invade…
Por que, no momento de enfrentar as mudanças, o medo paralisa e bloqueia o fluir da ação? De onde vem o medo da mudança, se desde que nascemos, vivemos em contínua transformação?
Nascer e mudar são duas palavras que se completam e coexistem. Enquanto a primeira significa entrar em um mundo preestabelecido e desconhecido, já que de um ambiente líquido, passamos a ter de respirar, tendo de superar uma situação de dificuldade e enfrentar um desafio, já mudar nada mais é do que aceitar os fatos e seguir com eles por uma rota de ascensão.
Crescemos, aprendemos a andar, falar, brincar, a nos relacionarmos, e assim por diante, sempre enfrentando as mudanças da vida. Por meio de contínuos ajustes e redireccionamentos, tentamos encontrar o nosso lugar no mundo, realizar-nos pessoal e profissionalmente e construir uma auto-estima e identidade.
É quase banal falar da necessidade da mudança na vida. Tudo está em contínua transformação e em movimento. Mas, se é tão óbvio, por que temos medo da mudança, receio e muitas vezes até a evitamos conscientemente?
Entre erros e acertos, aprendemos que a mudança não é algo linear, definido, mas um processo de adaptação e aprendizagem contínua, em que as crenças são questionadas e as situações conhecidas são frequentemente transformadas, desequilibrando a ilusória estabilidade e segurança em que vivemos.
Paradoxalmente, só podemos definir-nos corajosos se sentirmos o medo que, até certo grau, é a reacção natural de defesa que pode nos ajudar a criar estratégias diferentes de superação.
Vale sempre lembrar que coragem é a energia dentro de nós que se desenvolve para enfrentar o medo. No entanto, quando o medo é exagerado, pode paralisar a ação e criar verdadeiros conflitos internos à pessoa e, consequentemente, também externos.
Quais são as dinâmicas emotivas que acontecem nas pessoas quando devem enfrentar mudanças? Só de ouvir a palavra mudança, o risco é que a primeira reação seja de medo e, se esse sentimento inibir a curiosidade e o desejo de experimentar algo novo, pode contribuir decisivamente para o insucesso.
Se as transformações da vida nos confirmam que tudo tem um tempo finito, frente às mudanças precisamos ter uma atitude e uma postura adequada para estarmos abertos a acolhê-las, pois só assim podemos observar as novas possibilidades presentes na situação, estimulando a mobilidade mental.
E quando ela acontece por variáveis da vida não controláveis por nós, tendemos a querer perpetuar velhos esquemas de pensamento e comportamento.
Não sabemos deixar lugar ao novo. E perguntamos-nos por que os acontecimentos da vida desestabilizaram os nossos planos, colocando em dúvida as nossas certezas. Ao invés de enfrentar as mudanças como oportunidade de crescimento, passamos a resistir, criando conflitos, dor, sofrimento e uma sensação de perda de controlo da situação.
Portanto, podemos e merecemos sair da zona de conforto e desenvolver a flexibilidade, irmã da criatividade, pois é por meio dela que podemos imaginar soluções diferentes e inovadoras, e experimentá-las agindo.
“Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”.
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